quarta-feira, 7 de novembro de 2007

My prayer...alone.







Nas copas das árvores despidas, os pássaros dentro de mim cantam.
Ouço-os e reconheço as vozes que me falam em sonhos... e também dos sonhos.
A folhagem enche-se das cores que o meu coração ama e as noites são cada vez mais longas, as mãos cada vez mais soltas, abrem-se.
Seguro as pedras, sinto-as, estou sempre a reconhecê-las, limpas, ou por vezes sujas de pensamentos, lavo-as com sal e luar.
E vou fazendo o caminho do meio. Sem abrigo.
Por andar devagar, reconheço cada recanto, e chego ao lugar onde tudo é selvagem e conhecido. Tudo quanto vejo é como se viesse de dentro, de um em mim, onde não sei ir, quase nunca.
Mas sei estes muros velhos quase desfeitos pelas raízes.
As trepadeiras que os cobrem parecem sair das pontas dos meus dedos - mãos de ramos emaranhados que levam a 1000 lugares por mim sonhados e outros que pisei e amei.
Os meus pés parecem cada vez mais dentro da terra.
Descubro-me há muito enraizada neste sítio, onde não tinha estado antes.
O rochedo onde me sento é um pouso meu, e o descanso que me dá, já o tinha em mim mas não sabia.








(Sentei-me naquele jardim, ao sol de Outono...que já não é o mesmo, porque eu não sou a mesma...mas continua tão bonito.)

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