Entramos em Novembro...
Este é o mês em que vim ao mundo,antecipadamente.Esperava-me o Dezembro,mas achei que nascer no Natal,seria confuso,e lá vim eu.
É também o mês das castanhas,e da água pé.
Do cheirinho súbtil, a Natal...que ainda fica longe.
O primeiro dia deste mês,fica marcado,por uma tarde calma,pelo cheiro a rio.
Pela neblina que caiu ao chegar da noite,pelo passeio lento e sem rumo certo.Pelas conversas que fazem pensar no que ficou,no que se vive,e está para vir,no que morre,porque não cresce...e por este tempo maravilhoso,que só se sente em Portugal...(25º,ás 20h).
Sim,começar um mês,dia 1,e ainda por cima feriado,trouxe-me um sentimento,como o de virar a página de um livro.Não escrito por alguém,mas por mim.
É a minha vida, que vou escrevendo.
Um livro,em que nada se apaga,tudo permanece,nada estagna,mas tudo se renova.
E neste novo capítulo,quero escrever esta história,voando apenas com as minhas asas,e não com as asas de ninguém...porque ás vezes prendemo-nos tanto,ao voo de alguém,e acabamos por cair...em terra de ninguém.
Passos curtos,mas seguros.
Hoje fica um sentimento,como aquele que todos já tivemos,ao iniciar um novo caderno em branco,a primeira página,lisa,macia,pura.Onde apetece escrever.E uma tinta que desliza,que fica ali bem,preceptivel,isso mesmo,que se percebe.Assim,eu hoje,passei a perceber tanto,muito de mim,e do curso natural das coisas.Aceitando-o.Ainda que o questione...
Hoje,depois de muito caminhar á beira rio,entrei no CCB,e fui áté á arte periférica,e encontrei uma prateleira,cheia de livros em branco,prontos a escrever.E como eram lindos,com 1000 motivos,indianos,folhas secas,pintas,sorrisos,crianças.Toquei em todos e mais alguns,abri,folhe-ei,e imaginei ali a minha tinta ás cores...esta,que deixo correr aqui.
Não trouxe nenhum,eram tantos,que me perdi.Para além de caros.
Mas houve um que me ficou na retina,tinha cores,vivas,em tantas formas,reconheci-o.Amanhã mesmo,passo lá para o ir buscar,e começará assim,um novo capítulo,de verdade,onde irei escrever,o que mais ninguém pode ler,o que é mesmo só meu,porque não pode ser de niguém mais.
Sei que não mudarão as palavras,e o sentir,mas ali ficarão guardadas,para não se esfumarem.Não um diário.
Por aqui,neste livro grande e aberto,ficará a tinta de cores,e também um papel limpo...mas com algumas marcas de outras palavras.Como virar a página depois de escrever e estar lá tudo escrito,mas sem se ver.
Contudo,esqueci-me de avisar,que como em qualquer livro,viramos páginas para a frente,mas no meu, também aceito voltar atrás.
Para reler e recordar,nunca para apagar,mas quem sabe reescrever?
November sweet November.
1 comentário:
Querida Rita... um abraço apertadixo
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