segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Esta Luz boa...que chega devagar.

O outono,chegou.Entra em casa aquela luz suave,morna,uma chuva de verão...ainda.Sabe-me bem ficar quieta,assim,contigo em mim.Corres-me no sangue.E quase que te respiro.

E eu remexo no baú,daquilo que ficou...que eu guardei,e cuido.Porque assim faço com tudo na vida.Guardo o mais pequeno gesto,sorriso,palavra.Pego nas cartas,nos postais,naquilo que vivemos lá longe,nessa aldeia...

És invariavelmente mais importante hoje do que foste ontem.

Transportas-me para um mundo de fantasia, e eu sinto que já não tenho os pés assentes na terra nem estou ancorada em porto seguro. Mas és um risco que vale a pena correr.Agora, todos os dias são dias de sol e de riso, trago os bolsos cheios de cerejas e sonhos que gosto de partilhar contigo.

Trouxeste-me a mais um lugar onde é possível ser feliz...Mesmo que seja simplesmente a sonhar, porque os sonhos não se pagam, ninguém pode impedir ninguém de sonhar, e pelo menos enquanto o sonho dura, eu sou feliz. Mesmo que depois, logo a seguir, se destrua. Contigo eu não me importo de viver na ilusão, não me incomoda o facto de me teres transportado a um mundo de fantasia, onde o arco-íris habita o céu sem cessar e os limões sabem a festas no cabelo.

Nunca me imaginei capaz de pensar as coisas desta forma nem acreditei ser possível ajudar a enganar-me a mim própria...Mas a verdade é que gosto! Até me vou entretendo a achar que és um príncipe encantado daqueles dos contos,talvez ingenuidade!A perfeição é impossível ao ser humano, mas há quem se dedique a caminhar para ela...E eu, caminho para tantas coisas...para ti. De braços e coração abertos. Contra o tempo e contra o que é racionalmente concebível. Cegamente... Será este o meu maior erro, mas de que me serve pensar nisso agora se estou tão feliz assim?

É o problema de se viver em constante sintonia com o coração!Mas sabes... Há dias de sol que queremos que sejam de chuva, e risos que queremos transformar em lágrimas, para que não seja sempre igual!Mas eu procuro sempre o contrário,por isso deixa-me transformar tudo o que te dói,em alegria. Há dias em que acordamos sem sonhos e sem esperanças, e o branco transforma-se em preto!Mas eu transformo em laranja,rosa,amarelo... A certeza das manhãs calmas é abalada por um pensamento doente e o que era perfeito provoca o caos.Mas estarei ao teu lado para reconstruir.

Portanto, meu amor,vou tentar regressar à terra para pensar em nós de forma racional.

Eu levo as cerejas e os sonhos nos bolsos, prometo.

Confia em mim...que eu...confio em ti.

2 comentários:

Paulo disse...

Cerejas e sonhos...só mesmo um Outono "maior"...produz tal "manjar"...
Beijos

Anónimo disse...

É uma delícia ler-te :)

Abracito