terça-feira, 10 de abril de 2012

Dia da Mulher Moçambicana, 7 de Abril

























Sou mulher e como tal defendo a minha condição.Defendo todas as mulheres, que levam para a frente essa missão de ser isso mesmo, mulher.
A Moçambicana, é uma verdadeira guerreira.Se já achava que a maioria das mulheres é  responsável por meter este mundo a mexer, aqui tenho a certeza disso.
Estas mulheres, obedecem aos homens.Carregam os filhos, na barriga, e nas costas, vezes sem conta, trabalham como nunca vi, andam km e km por dia, muitas vezes não têm voz, são vítimas de uma violência brutal e nem assim perdem a alegria.Caem uma e outra vez, são quase sempre traídas...e abdicam sempre de tudo, para os filhos.
Quase todas, já tiveram filhos, sozinhas, em que elas foram as próprias parteiras.Desenrascam-se bem demais.Inventam, constroem, uma e outra vez.
São bonitas.Têm um ritmo incomparável a dançar...cantam com força e união e vestem-se com as mais belas cores que vi.Capulanas a perder de vista...nos padrões e conjugações de cores.

Um dia por ano, é o seu dia.Um dia por ano, são elas que mandam, fazem do dia o que querem.Esquecem as obrigações, vestem-se de novo...dançam como se não houvesse amanhã, são como que, homenageadas, mas diria que essa homenagem está feita, apenas pelo que nos provam, diariamente.Qualquer discurso acerca da mulher, perde todo o sentido.Porque muitas injustiças continuam a acontecer e a fazer sofrer, mulheres maravilhosas, cheias de força e beleza.
Também eu, quis celebrar este dia...ao lado das mulheres que me marcam aqui e de todas as outras que não conheço, mas sei que lutam igualmente, dia á dia, por cumprir o seu papel e condição o melhor que sabem e podem.Também eu me vesti, com cores Africanas...dancei no meio do povo, senti a força que se espalhou por toda a cidade até altas horas, que contagiou tudo e todos.Era uma outra cidade...Lichinga.Gente e mais gente nas ruas, onde houvesse música, assim dançavam.Acrescentando que foi um dia de sol maravilhoso e que a noite estava quente e apetecia, sentir esta energia...
Onde quer que estivesse, senti, que também eu já sou um bocadinho Moçambicana...por isso, fui, sou e serei sempre acolhida como tal.

Acolher uma cultura é também vivê-la neste sentido, o de a cumprir em nós mesmos, como pessoas e mulheres.

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