domingo, 29 de janeiro de 2012

Alentejo




Vou até lá.
Vou retirar-me um pouco, para o branco imaculado, para o azul, para o verde das planícies.
Faz tempo que não me demoro por lá, tenho feito visitas de médico e volto no mesmo dia.
Agora há vários motivos que me levam a permanecer por mais alguns dias na terra do meu Pai.
Um deles é a ida para Moçambique ter sido adiada.Tenho mais tempo.Outro, são as saudades de toda aquela calma, que me reporta ao meu Pai.As laranjeiras pelas ruas, as velhotas de lenço preto á espreitar nos postigos.Ali estou mais perto dele, do que em qualquer outro lugar.É a terra que o viu nascer, crescer e onde ele desejava voltar na velhice, que não chegou a conhecer.É a terra onde estão aqueles que possuem o mesmo sangue do que eu.E isso é uma ligação que não se pode jamais perder.
O terceiro motivo é o aniversário da minha tia,por quem o meu Pai tinha um enorme carinho,e que eu adoro, porque de facto este ser humano é exemplar.E a isto juntam-se as festas da padroeira da terra.Nossa senhora das Candeias.Há muitos anos que não vou a esta festa e estando em Portugal, não posso deixar de sentir-me chamada a fazer algo que se o meu Pai aqui estivesse, faria certamente.
Volto por volta do dia 6 de Fevereiro, quando faltarem apenas 6 dias para partir, tempo suficiente para me organizar.
Voltarei certamente mais calma e com a memória renovada, depois de respirar o ar puro e com imagens de uma terra que Amo.Como se fosse minha.

Há coisas que no tempo se hão-de perder...mas enquanto puder correrei para as guardar.

Tempo para ser criança

































Este Sábado, remeteu-me aos longos fins de semana de sol que tinha em criança e que de certa forma nunca deixei de ter.
Este sol de Inverno, chama por mim como nenhum outro.Depois do sabor do café e dos melhores croassaints miniaturas da cidade, ao sol, fomos caminhar aproveitando o sol.Relembra-me as idas ao parque em família, quando o parque era ainda muito diferente do que é agora.Encontrei um local renovado, mais leve, mais aberto, mais fresco.O grande lago,profundo e povoado de peixes vermelhos, deu agora lugar a um lago claro, azul e cheio de novas diversões, mais utilizadas pelas crianças.E  arriscámos e lá andámos nós, a pedalar pelo lago e a rir.Eu e a Sónia.
Um espaço muito bem conseguido e arejado.Enquanto pedalava olhava para cada espaço, porque os reconheço, sei das brincadeiras que fazíamos nas longas noites de verão, em que as crianças tomavam conta do parque...com bicicletas, patins, bolas, arcos, cordas, música.Eu cresci ali, escondia-me, corria, encantava-me ali...e claro está, esfolei muitos joelhos...como é normal.
Depois passei a usar as sombras das árvores para ler e estudar.Mas há muitos anos que o meu caminho não me levava ali dentro.E soube-me bem recordar.Eu, que já vi tantos locais tremendamente maravilhosos, mas não há nenhum que guarde tantas recordações nossas, como o parque da nossa infância, onde aprendemos a ser crianças...e ainda somos quando calha.Como neste dia, beijado por um morno sol de Inverno.
Para terminar em beleza, cozinhei a famosa matapa Moçambicana, para os amigos e detive-me em brincadeiras com a Maria, conversas com o Luís e a Rita.E...fui criança outravez.

Jantar solidário, casa do Alentejo




















Solidariedade e uma cultura que se junta em seu nome.
Foi um jantar, magnifico e num local cheio de glamour, a casa do Alentejo, o primeiro casino de Lisboa, nos loucos anos 20.
O local é inspirador, a causa não podia ser melhor e uma boa razão para juntar alentejanos á mesa, que falam alentejano, falam sobre comida e tradições alentejanas.Muito bom.O convite veio da Helena Tira Picos da Rosa.Uma amiga, que não via fazia tempo,mas que se mantém presente.
Parte do valor do jantar, reverteu a favor de algumas instituições, uma delas que conheço bem, é o centro de recuperação de menores de Assumar, onde já fiz campos de férias e aprendi muito.É uma casa onde se ama a diferença que muitos querem esconder e desprezam.
O jantar foi muito animado, onde nem a música faltou e uma bela voz.
Tudo isto só me ajudou a ficar ainda mais certa, que preciso passar uns bons dias no Alentejo, junto das minhas raízes e da família, o que me leva também a sentir mais perto do meu Pai.
Obrigado a quem esteve presente  e me fez rir até á alma.

Os Ctt e Moçambique















Finalmente, na passada segunda feira, fui aos CTT, despachar 25kg, para Lichinga.Tudo material escolar e de farmácia, para a escolinha.
Cheguei cedo ao cruzeiro, onde uma neblina cobria Lisboa e o sol tímido tentava romper a manhã.
Era lá que estava marcado o encontro com o padre Álvaro, ele que se disponibilizou a ajudar.Fiquei mesmo muito contente, porque assim, em vez de enviar 2 e 3 kg de cada vez, o que muito prontamente senti que os amigos fariam, foi tudo de uma vez.Ainda mais os kg que vão a partir de Peniche, com tanta amizade.
Quando vim embora, trazia um sentimento de leveza, de dever cumprido.
Aqueles míudos que correm livres pela rua, merecem o melhor, porque nunca o tiveram.Defendo que, quanto melhores condições tiverem, melhor estudantes serão.E tudo ajuda.
Gosto tanto deles, tenho-os presentes em tudo...desde que entraram na minha vida, de onde jamais irão sair.Anseio o dia em que os vou abraçar novamente e dizer, isto é vosso.
É por eles que luto, neste momento, são a causa que abracei, á qual dediquei a minha vida...e sinto, claramente que não estou sozinha, tenho recebido imenso apoio dos amigos e isso é muito bom de sentir.E como eu sei que isso os fará felizes.
Um sorriso grato, faz parte do meu rosto, quando penso nisto, porque adivinho já o sorriso no rosto deles.

Another sweet family!













Cozinhar para os amigos, é algo que tenho feito imensas vezes estes dois meses, por Portugal.Cada vez mais, lembro-me de uma herança fantástica que o meu Pai me deixou.O acto de cozinhar para alguém, com entusiasmo e carinho, faz toda a diferença.
Ele assim o fazia e sempre que cozinho, lembro-me muito dele.
Tem sido assim.
Combina-se um jantar, em casa, pois para além de estarmos mais á vontade, mais quentinhos, come-se mais saudável e poupa-se imenso dinheiro.Para além de todo o carinho que se deposita, na refeição que se prepara.É também o acto de se cozinhar juntos, de esperar por algo juntos, de partilharmos experiências, formas de fazer e temperar.E por fim partilhar a mesa, que para mim é algo muito importante e único.
Se for com alguém que nos conhece há anos e sabe do que somos feitos, se for alguém que se ri connosco com a mesma cumplicidade, que partilha de ideias e ideais, então sim, é uma óptima forma de terminar o dia.
E quente.Afastando todo o frio deste inverno.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Márcia - A pele que há em mim!


MusicPlaylist


Quando o dia entardeceu...
Sobre a pele que há em mim...tu não sabes nada.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Há uma espera.










Quando se ama, tem-se sempre tempo. E quando estamos longe do que amamos, espera-se.
O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar,como eu, é muito mais fácil viver.
A espera.
Ela existe, é longa e sempre me foge o seu fim quando vejo que estou a chegar perto. O território é perigoso e caminha-se em solo feito de confiança, entregando-me a mãos e braços sedentos por um empurrão de vida.Longe o lugar onde quero chegar, e nem só de quilómetros, metros e centímetros é feito esse caminho,mas sobretudo de realidades.

Complicado mesmo é suplantar esses muros sem ferir-me nesta espera, com o que vou vendo, de absurdo, de desperdicío e superficial. Mas é de cima desses muros que vejo mais e melhor.E, confesso, esta sociedade, neste limbo e estado de cárcere, não condiz com a minha vontade de mudar o mundo.
É no fundo uma incoerência que me faz esperar. Essa espera por um lapso de mudança ou qualquer outra manifestação que me faça crer que minha e a vontade do mundo serão, um dia, a mesma.
Neste momento espero, Moçambique, e só isso traz em si, todo o Amor, que tenho em mim, para dar.
As lembranças que trazem nostalgia são as mesmas que aproximam as pessoas separadas pelo tempo.
Tempo é outro fator importante.
Quem ama tem pressa.
Quem souber esperar, viverá o amor e descobrirá que ele supera toda a distância.

Assim seja eu.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Perdições...

ESTE COLAR!

saturn


E ESTE!

E MAIS ESTE!



E SÓ MAIS ESTE!


São todos lindos e eu perco-me nestas cores, pena serem tão caros, se alguém me quiser oferecer, uma prenda de anos atrasada ou de Natal, esteja á vontade!Desde que tenha muitas cores!
Senão vou ficar a sonhar com eles, até ao meu regresso!

Para encomendar, é aqui! O BLOG DA RITA, QUE FAZ COISAS LINDAS!


=)

sábado, 21 de janeiro de 2012

Um fim de semana delicioso






























Tudo ao molho na cozinha!Vários pratos a sair.Quem chega trás mais um petisco.E do nada nasce mais outro.Venham os espargos, o que é tradicional, com novos sabores...
Conversas sobre Moçambique, umas com 40 anos, outras de escassos meses de experiência.
Uma capulana como toalha...a lembrar os tons terra.
Alegria, afectos, união,cor, vida.
Noite dentro, a voz em surdina dá lugar a palavras que esperavam sair.Gargalhadas.
Pela manhã, rostos sorridentes a acordarem-me.Um jogo ao pequeno almoço, bolachinhas da Carolina a sair quentinhas para mim, estrelinhas, sinos, nuvens...corações.Quentes, muito quentes.Sabem tão bem.
Brincadeiras, serenidade, um abraço, um beijinho...mais um abraço.Nunca é demais.
Tarefas partilhadas.Aconchego.
É isto ser família.
Obrigado.