Ao 3º dia em Istanbul, o Oktay tirou o dia para nos acompanhar e mostrar alguns pontos da cidade que só acompanhadas por alguém que conhece, poderíamos chegar lá.São muitas zonas, ruas, opções, mas o essencial é seguir o canal que inicia no Mar Negro e termina no Mar Mediterrâneo e assim nunca nos perdemos, sabemos a direcção a tomar.
Foi de facto um dia para andar a pé e apanhar mini bus e entrar e sair e olhar e reter, imagens de dificilmente esquecerei.
Istanbul é uma cidade que fica na memória de qualquer pessoa, com um traço bem colorido, com um cheiro bem característico, com sabores únicos.Neste dia deixei-me apenas guiar por alguém que conhece a cultura, que nasceu dentro dela, fui fazendo as perguntas necessárias e escutando todas as informações com cuidado.
Gosto de reter as coisas,desde muito cedo que elas não passam apenas por mim eu por elas, as coisas passam por mim, entram em mim e eu nelas, o mais que posso e depois elas seguem comigo pela vida fora e eu volto a olhar para elas as vezes que quero, folheando esse livro da vida que me dá tanto prazer escrever!
Assim foi com Istanbul, deixei-me render á beleza de tal cidade de uma forma que não posso sequer explicar.Acho que já o referi num post anterior sobre Istanbul.Cada dia acabou por ser tão especial e diferente.Um dia em Istanbul parece sempre tão longo, cheio, preenchido tal é a quantidade de coisas, lugares, pessoas, que os nossos olhos tocam.É um sem fim de magia, eu diria.
A noite chega cedo, mas nem por isso nos deixamos levar para casa, continuámos a subir até Galata Tower e aí deslumbrei-me com Istanbul, diante dos meus olhos, iluminado e majestoso, pude entender toda a geografia do velho centro, até ao centro de negócios e arranha céus que se erguem na paisagem iluminados.
O vento cortava a cara de tão frio e tão alto ao mesmo tempo.A torre tem pouco espaço na varanda, o que nos faz andar ás voltas a partilhar paredes com pessoas de todas as nacionalidades, eu ouvia falar Espanhol, Francês, Alemão, e até Brasileiro...enquanto a proximidade forçada nos fazia andar ali quase como pinguins.Foi um momento interessante.
Depois de comer Kumpir ao almoço (batata gigante, cavada e recheada com imensas coisas lá dentro), foi a vez de nos perdermos pelas ruas de Taxim, onde até encontrámos uma igreja Católica, onde me detive por momentos e é claro o sentimento é o de entrar em casa.Uma casa que está em todos os locais do mundo.
Taxim é uma rua, enorme, onde passa um eléctrico como os de Lisboa exactamente,cheia de lojas, que de dividem por ruas secundárias e milhares de cruzamentos e locais a descobrir, é fabuloso.Foi aí que comemos Tavuk Durum, um rolo de carne de galinha muito famoso aqui, e coberto com as especiarias mais fortes e deliciosas que provei.Claro que os locais certos para provar tudo, o Oktay conhecia.Foi nesse jantar que eu e o Oktay tivemos uma longa, profunda e interessante conversa, acerca das nossas prioridades na vida, do que nos faz decidir o que fazer, onde, como e quando.Falamos acerca das diferenças de pensamento entre Turcos e Portugueses.Foi uma conversa que fez tanto sentido para mim e me deixou a pensar até ao dia de hoje.Ás vezes uma palavra no momento certo pode ter efeitos que duram muitos anos e nunca mais esquecemos.
Pela noite, caminhámos pelas ruas, onde sempre uma música nos chama...até apanharmos o autocarro e ir para casa, cansados mas com um cheiro a Istanbul no cabelo, na alma e na pele.
Sem comentários:
Enviar um comentário