(Ele é uma explosão de cor e inocência...)
(Uma menina abandonada há 3 dias na Matola e recolhida na casa das Hospitaleiras que visitei em Maputo...)
(A Toninha, uma alma boa...mas sofrida)
África.Moçambique.Primeiro Maputo.Depois Nampula e por fim Lichinga.
Assim eu cheguei ao meu destino.
Por tantas razões...que eu já vi, e pelas que ainda não conheço, sei que este é o meu lugar neste momento
A viagem correu bem, foi apesar das 10h e depois mais 3h dentro de aviões, das melhores viagens que fiz.O ambiente foi sempre simpático.Várias crianças voaram no mesmo vôo e portaram-se lindamente.Foi exemplar.Conheci uma data de gente interessante e que me ensinou muito sobre Moçambique.Gente que me dissipou receios e mitos, que sempre nos assolam.
Ainda no caminho, pensava em tudo o que lá ficou, mas ainda mais no que iria encontrar.
É, e foi um choque o que os nossos olhos podem tocar... a saída do aeroporto para a cidade de Maputo é o contraste.O lixo é muito, os chapas,(pequenos autocarros), apinhados de gente, as regras de trânsito que não existem...e o semblante de quem lá anda, pelas bermas da estrada ou da linha do comboio ás vezes a vender coisas tão pequenas.A luta pela sobrevivência é uma constante.Isto é o que salta logo á vista e choca mais.
Depois há as cores e a que mais me marca a da terra vermelha, as crianças que correm livres e descalças, há a luz do dia que alta vai pela madrugada das 5h30 da manhã, e se esconde pelo meio da tarde, 17h30 é noite.Estou de facto muito longe de casa.Desta vez é o longe.E esse longe traduz-se em tudo o que eu ainda não consigo compreender, que não pretendo mudar, mas que vou certamente abraçar.
E só este abraço já tem tanto que se lhe diga, tanto de belo como de doloroso.Estranho tanto tudo isto é o sentimento mais forte que tenho, por agora.Sinto-me paralisada, ainda.Sei que o sol que virá a aquecer estes campos, me aquecerá a mim também.
Preciso de tempo.
Fiquem a rezar por nós.