quarta-feira, 29 de agosto de 2007



Zagreb em Lisboa...









Passaram 8 meses desde que deixei Zagreb para trás...
E deixei também, para além de uma experiência maravilhosa, uma família...que me acolheu de forma calorosa.







Agora é a minha vez de receber, abrindo as portas da minha casa e da minha realidade.









Os próximos 8 dias, vou ter por cá as minhas manas Croatas e que bom é ter "irmãos" em todos os cantos do mundo...





Vou apresentar-lhes esta cidade linda, que apaixona, que é Lisboa e a sua luz, o seu rio...a sua alma e quem sabe redescobrir nela tanto...

Vou tentar acolher tão bem como fui acolhida.





Agora é a minha vez de servir uma refeição típica portuguesa e explicar quais a tradições e o porquê de sermos assim...como somos!




















Agora, as noitadas de longas conversas serão no meu quarto, e na minha casa...por aí.










Quem se quiser juntar á festa é muito bem vindo...afinal fazer comunidade é muito simples, e basta querer.
















Elas que são lindas e têm um coração enorme...








Chegam já hoje e vão estar na nossa oração de TAIZÉ, não podiam chegar em melhor dia, ainda que eu tenha que me dividir em 2 e em 3, para estar com todos os que gosto e quero abraçar...e eu sei que valerá a pena a correria...por estes sorrisos.


(Tempo para escrever será escasso...entretanto volto para os meus meninos...e Setembro não tarda, mas depois prometo partilhar tudo com vocês...!!!)










Esta troca de experiências nunca deixará de me apaixonar.
A isto chamo viver...porque cada dia que passa, não volta!

terça-feira, 28 de agosto de 2007





Silêncio...?

Qual é o som do silêncio?





(Santiago 2006)





É tão fácil falar... É tão difícil ficar calado...

Ou será difícil falar, e fácil remetermo-nos ao silêncio?

Eu falo muito, mas para mim é exactamente ao contrário, nunca consigo falar quando preciso - e digo preciso porque esta incapacidade verbal acontece-me, quando tenho algo importante a dizer, que é quase sempre - e ainda por cima gosto muito de silêncio.

Sobretudo de silêncios confortáveis, que não sejam ensurdecedores.

Claro que sei o quanto é bom conversar, mas é raríssimo encontrar alguém que perceba o que isso realmente significa e não tenho paciência para combates quando quero captar uma pessoa e transmitir-me a ela.

É tão bom, dois intervenientes que se propagam um pelo outro, a discordância a tornar-se intrigante e envolvente, algo que queremos entender; a concordância de repente a suspender-nos num estado de quase beatitude.

E o riso.
Por vezes acontece, o riso, e é como uma coisa mágica, um laço invisível que une como o fogo solda duas partes separadas, que por momentos se tornam uma só.

E se há um olhar espôntaneo trocado e aceite sem constrangimento... pode ser um nó que nunca mais se desdá.









Qqqrrrttttppppppp... dzing! :)





Volto mais tarde, que agora nem escrever consigo.

Mas continuo a ouvir alguns ecos,que me dizem :" afinal és alguém que quero presente, porque me sabes ler...até á alma..."

Não posso deixar de sorrir ao relembrar o contexto e, sim, faz-me sentir compreendida de uma forma que muitos já não sabem - coisa rara! - e menos solitária, também.

Até por causa de quem assim me falou.

E apraz-me, igualmente, concordar que tenho mesmo muita vontade de viver e sorrir sem fim, com o brotar natural dos dias...


(E do dia de ontem, trago estas palavras, que me meteram nas mãos antes de partir, mas só hoje, parecem fazer todo e qualquer sentido...há coisas assim.)


"Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituivéis.
Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei decepcionar-me, mas também já decepcionei alguém.
Já abracei para proteger, já dei gargalhadas quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas também já fui rejeitado, fui amado e não amei.
Já gritei e saltei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas, " decepcionei-me" muitas vezes!
Já chorei ao ouvir músicas e a ver fotografias, já liguei só para ouvir uma voz, já me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial ( e acabei por perder!)
Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida...
Bom mesmo é ir á luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve... e a vida é MUITO boa para ser insignificante!!!"
Charlie Chaplin

segunda-feira, 27 de agosto de 2007




Parabéns Felipe...!!!!










Hoje celebro contigo, acordei tão feliz...

O sol brilha forte para ti, tenho a certeza!

É o teu dia...e eu vou a Aveiras só para te abraçar...

Já foram tantos os caminhos que percorremos juntos...

E tantos estão para vir...





Milão...inesquecivél!











Taizé...


A tua presença é sempre tão importante...














Fátima, Azambuja e Aveiras...Mundo...SERÁ SEMPRE ASSIM!!!




























Feiras...E festas, a nossa alegria...








Tu arrastas multidões, com a tua fé, o teu brilho, a tua simplicidade...

Aqui vou eu para te abraçar...


PARABÉNS FELIPE, POR TUDO O QUE ÉS E NOS FAZES SER =)




domingo, 26 de agosto de 2007



1 Terra, 2 Luas




Vai acontecer e deve de ser um fenómeno tão maravilhoso que não podia de deixar passar em branco.


Então é assim:

Duas Luas no dia 27 de Agosto


Na noite de 27 de Agosto o planeta Marte ficará a 34.65M milhas da Terra, o que fará com que este fique mais brilhante no início da noite e parecerá tão grande quanto a Lua cheia.

Vai parecer que a Terra tem 2 luas.

A próxima vez que Marte ficará tão perto da Terra será em 2287.

Básicamente, ninguém vivo hoje voltará a ver este fenómeno.


Fica a dica!
E aceitam-se convites para locais interessantes onde observar este acontecimento único!
Algures por aí eu estarei...

sábado, 25 de agosto de 2007



( O melhor primo...sim)





Noite nossa...






( A melhor mana...sim...)






Foi uma noite que dificilmente esquecerei pela sua intensidade...
Juno ao rio houve festa, uma festa feita por nós...
Uma lua vermelha incendiava os céus de Lisboa...e o ar corria quente...
O adamastor estava cheio de vida...e nós celebrámos porque sim...
A noite acabou por ser de revelações...de confidências importantes que mudam toda uma vida...
O dia amanheceu e permanecemos juntos...como para toda a nossa vida!

Porque tenho o Melhor primo e a melhor Irmã do Mundo...que AMO incondicionalmente por serem tal e qual como são...



Plim*

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Sonhei que...














E esta noite sonhei isto, talvez pela grande volta a Sintra na 4a feira e por me reconhecer em cada recanto por onde andei:








A estrada lembrava-me de dias em que nunca me cansava, que nunca fosse parar.


O carro parecia contente com isso.


Ou então eram as minhas mãos que iam contentes, dando voltas ao volante, quase só com as pontas dos dedos leves, serpenteando ao sabor da estrada, pelo monte acima, como se soubessem de cor aquele caminho, como se cada curva fosse um sulco familiar nas minhas mãos de palmas quase indecifráveis.


Uma vez um quirólogo experiente disse-me que as minhas mãos eram quase indecifráveis, que tentar lê-las lhe produzia a impressão de estar a bater com a cabeça numa parede.


Isso faz-me sorrir... pois como haveriam as minhas mãos de ser diferentes de mim, acessórias? Claro que não, elas são coerentes com o todo.


E ali estavam, deliciadas com o caminho tortuoso mas fluido, e fluíam, como toda eu fluía, monte acima.


Os meus olhos mal poisavam na estrada, era como se eu pudesse fechá-los, como se tudo em mim soubesse de cor todas as curvas, todos os ganchos, todas as escarpas ameaçadoras.


Olhava as árvores, os penhascos e ignorava a estrada, que não havia em mim.


A lua crescente espreitava-me, aqui e ali, e quase era capaz de ouvir os pássaros da noite, sabia-os, mesmo que o carro velho roncasse mais alto, no esforço da subida.


O carro era um empecilho, deixei-o a fumegar numa berma e segui a pé, precisamente no ponto onde a vegetação se tornava dona de todo o lugar, densa e possessiva, rastejando sobre muros, mesas de piquenique abandonadas, casas arruinadas, e mesmo os troncos das árvores revestiam-se ali de trepadeiras selvagens.


Oh, aquilo era um lugar mesmo... meu!


Embrenhei-me na floresta nocturna como se fizesse parte dela, e continuei o meu caminho, pois de repente eu sabia que tinha um destino.


Desconhecia-o, mas sabia que ele estaria lá e tinha uma impressão vaga de estar atrasada, muitos séculos atrasada.


Por isso apressava-me, ofegante, as pernas arranhadas pelas silvas, as mãos ásperas de me apoiar em troncos rijos, os cabelos emaranhados pelo vento - que sempre se mostrara particularmente artístico com eles.

Era uma casa enorme, na verdade era um castelo de pedras soltas, empilhadas umas sobre as outras, com um desenho de paredes que logo compreendi. Ainda restavam algumas portas, uma especialmente bonita, de madeira grossa, e as janelas.


Havia muitos compartimentos sem tecto ou com grandes buracos que deixavam entrar a lua. E as trepadeiras.


Visitei-os todos, até que encontrei uma grande laje de pedra, incólume, onde me deitei sem hesitar.


É aqui que durmo, eu sei que é aqui.


E adormeci, dormi um sono longo e repousante, o sono dos valentes que voltam quando já ninguém os espera.





Sei que o dia seguinte foi o mais extraordinário de todos os que vivi até então.


Mas não me lembro de acordar.


quinta-feira, 23 de agosto de 2007






Imagens que ficam...e falam por si.


10 dias de Missão...


Em Penajóia...







Igreja de Molães...vista da nossa casa...







Beber água de todas as fontes...








Verde e mais verde...




A visita aos doentes...(Aqui D.Maria Teresa, 14 filhos, 35 netos, 8 bisnetos, todos vivos=)

é obra!!!)






Os Zélitos num momento de ternura...ooooooooooooohhhhhhhhh!!!


As construções em S.Geão...e o Paulo que foi a "PÉ A FÁTIMA DE BICICLETA...LOL!"

Jantar na quinta das massas...e o traquinas do Rafael...












A mesa era sempre posta para muitos...e a alegria era o prato principal...












O Maia e a Isabel...um exemplo a seguir!





Acção de rua em Lamego...



Festas da Régua...e o fogo visto de um barquinho encantado!


Mas trabalho havia sempre por fazer...e isso implicava por vezes um espirito de sacrifício...e disponibilidade.



O bufalo billy do Jp, e as suas saudações...

E jogos ilariantes!

O pôr do sol da nossa casa...e as gargalhadas do Bictor...





SAUDADES...

Penajóia que tanto me encantou...



(Passam dois dias desde que voltei a casa...

Fecho os olhos e vejo tudo...oiço tudo...cheiro tudo...É tempo de partilhar o que vivi...ou apenas uma infima parte, pois é tanto e tão pronfundo...)



Com esta vista, qualquer um de nós se encantaria...o Douro em baixo, de onde se avistam vinhas a perder de vista.










Ar puro...horizonte, imensidão.Perdi-me vezes sem conta a olhar tal dádiva...



O sentir-me pequena e grande ao mesmo tempo.













Mas aquilo que mais me encantou, foram as pessoas, as que lá encontrei e deixei, as que consigo ver, se fechar os olhos, a sorrir e a abrir-nos a porta de sua casa, com o maior gosto do mundo...por nos receberem, estivessem alegres ou tristes ou até mesmo doentes.




Não entrar e ficar um pouco, seria quase uma ofensa para a maioria delas.Mas era mesmo para isso que lá estávamos.




O meu tempo pertencia-lhes por inteiro.



Uma das pessoas que tão bem nos tratou, e me marcou, a Ti Filomena...que olhava por nós como um anjo da guarda...



Dizia ela com saudade, que trabalhou anos e anos, 31 mais precisamente, na escola que agora nos acolhia, conhecia-lhe bem os cantos e ali viu muita gente crescer e aprender.



Estava também feliz por ver vida naquele local, mesmo que fosse de passagem...







Essa alma podia eu respirá-la, a de muitas gerações que por ali passaram a aprenderam a ler e a escrever...e depois voaram para o mundo.



E a Ti Filomena lá continua cuidadosa com cada recanto da escola que é também um pouco sua.










Os dias foram passando e a criançada tomou conta do meu coração por inteiro.



Também os mais velhos, mas a pequenada tem em mim um lugar especial, que me enche de cor e de vida nova de gargalhadas sem fim.


Assim daquelas que brotam cá do fundo...com força!


E esta semana dei tantas...que me deixaram a alma a brilhar!









Relembro todos, mas em especial os "Zélitos" da familia Sabença...que nos acompanhavam para todo o lado e nos adoptaram...ou nós a eles?


A Carolina, a bébé punk!!!... que levou tantos beijos e abraços quantos havia para dar...e que foi a autora de um maravilhoso "OOOOOOOOOHHHHHHHHH", que carinhosamente dizemos agora com saudade...



















E dos momentos mais felizes que tive foi junto delas, das crianças que há hora marcada corriam ao nosso encontro com expectativa, e que nos revelavam os seus sonhos, e ás quais tentávamos explicar o que é ser missionário...e lutar por um mundo melhor e mais justo.



Depois haviam sempre 1001 brincadeiras, e seguiamos juntos para a missa, onde eles cantavam connosco...e depois pela mão nos diziam: " Vem jantar a minha casa..."


E nós iamos, e percebiamos tanto do seu mundo...de coisas simples, mas felizes.


Porque elas têm asas e voam, como só elas sabem...














Um dos problemas daquela terra, como a de muitas outras, a desertificação, a falta de crianças.


Os mais velhos queixam-se que elas fazem falta...que a população está envelhecida, e é um facto.
Mas esta semana pude ver nas poucas crianças que por ali há, uma magia que põe brilho nos olhos dos mais velhos...e isso deixou-me feliz.















Tão feliz que já os sentia todos como sendo meus Avós emprestados...

Preocupados com a nossa estadia, onde dormiamos, comiamos?Como tomávamos banho de água fria...a preocupação e o carinho que não têm palavras que os descrevam.

Gente de idade muito avançada, gente de trabalho, Pais de muitos filhos...lutadores, e isso podia ler-lhes no rosto e nas mãos.













Por diversas vezes me senti parada no tempo e no espaço, não como algo mau, mas algo bom, porque podia entrar num passado que por ali andou...e como o sentia, em tudo.










E ali confirmei mais uma vez, a cada dia, que o amor é mesmo fonte da missão, porque onde ele existe, tudo fluí...mesmo que não haja muita coisa, um sorriso fará toda a diferença, e deixará naqueles que o recebem marcas eternas.










Mas para além da missão em si, tivemos também tempo de nos embrenharmos em tradições e cultura, como fazer pão, vindimar, costurar, fazer hóstias, ir para a adega..eu fui bordar, e ao inicio não estava a dar ponto que se visse, mas depois lá consegui...e passei uma manhã em excelente companhia...



Ao chegarmos junto uns dos outros, a vontade de partilhar o que tinhamos vivido era enorme...porque todos os dias recebiamos tanto...que só cada um saberá a intensidade desses momentos.
Ficam amigos para a vida estou certa...porque "a gente nunca esquece, companheiro de estrada de pó..."





Foram tantas as coisas que aprendi...e pude guardar.

Não conseguirei falar de todas elas...mas sinto que a missão ficou cumprida.






Foi em nome DELE e olhando para o céu...que partimos e que cada um deu o que tinha para dar.








Foi por lá...entre as vinhas do Douro, que fui envangelizar...e dizer a todos que Deus nos ama como somos...que nunca nos deixa sós...e que coloca nas nossas vidas sem esperar-mos presentes belos muito belos, que eu quero descobrir...mais e mais.







Estou de volta com o sorriso mais doce do mundo...e aquele brilho no olhar, que só Deus me pode dar...porque o descobri em cada um dos que se cruzaram comigo.
A missão não termina mas continuará sempre, a cada minuto de vida...a cada respirar, onde quer que me encontre...talvez comece sempre onde julgamos ter terminado.







Ao grupo fantástico que fez comigo esta semana fica um...

Obrigado=)